Este é um diagrama que procura de uma forma esquemática, representar todo o dinamismo existente na Terra, que leva às mudanças das rochas de uma classe genética a outra. Cada uma destas transformações se dá em função de um conjunto de fenómenos físico-químicos, que no seu conjunto representam quase a totalidade dos fenómenos estudados em Geologia.
A compreensão deste diagrama e seu perfeito domínio, só é possível através do entendimento de cada uma das transformações por que passam as rochas.Poderíamos chamá-lo de Diagrama Totalizador em Geologia.
Como o próprio nome diz, o Ciclo das rochas, baseia-se no conhecimento de que as rochas transformam-se ao longo do tempo geológico, voltando ao ponto de partida, como se estivéssemos diante de um moto perpétuo. No entanto, sabemos hoje, que uma rocha ao voltar à mesma classe genética à qual já pertenceu um dia, ela não o faz sem que haja significativas mudanças na sua composição química, a nível dos elementos maiores, menores, traços ou na composição isotópica dos seus elementos químicos. Estas mudanças poderão ou não estar visíveis na sua composição mineralógica.
Podemos imaginar o ciclo das rochas como sendo um movimento contínuo sobre uma espiral, onde se dá uma volta de 360 graus sem voltar-se exatamente ao mesmo lugar.
Os motores deste ciclo são as forças que atuam ao nível da superfície terrestre, dinâmica externa, intemperismo e erosão, e as forças internas, forças tectónicas. Este conjunto de fenómenos leva a uma permanente reciclagem das rochas, e dos seus respectivos minerais, sendo responsável pela aparência da Terra actualmente ser, significativamente, diferente do que foi antigamente e de como será no futuro, pois os três grupos de rochas - magmáticas, sedimentares e metamórficas, transformam-se continuamente na natureza num conjunto de processos geológicos com o passar do tempo.
Esquema do ciclo das rochas:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnTho6DZ12q6PbfpsU-drGh8hV9h2XnMLcM0FA3IFh9XGCWtJhIaMBzT3BEA4E8wkKHDzCGyVgyPT53rXwvORMMq6j1WaN5py1VkKhUZbnUItK-HJh-MOGKBAON7pxazWfPSg9uRmcnNU9/s400/CICLO_ROCHAS.jpg)
Processo do ciclo das rochas:
O Ciclo das Rochas inicia-se com a destruição das rochas da superfície pela acção de agentes externos, como o intempéries e a erosão ou a aglutinação de ambos. A intempérie é o processo de degradação das rochas e acontece quando, as rochas, expostas à atmosfera sofrem um ataque erosivo, provocado pelo clima, que pode modificar o seu aspecto físico ou a sua composição mineralógica. A erosão é o processo de desgaste mecânico, efectuado pelas águas correntes, pelo vento, pelo movimento das geleiras e pelos mares.
Os produtos resultantes da destruição são transportados por diversos fluidos, passando a circular sobre a superfície terrestre por acção do calor solar e pela gravidade.
Quando cessa a energia que os fazem circular, eles depositam-se nas regiões mais baixas, formando então as rochas sedimentares.
Com o passar do tempo as rochas sedimentares são sepultadas a grandes profundidades, sofrendo consequentemente o efeito do calor terrestre e se tornando cada vez mais duras.
Nos níveis mais profundos, cerca de 10 a 30 km, a temperatura e a pressão são maiores, acontecendo a transformação em rochas metamórficas.
A temperatura continua aumentando cada vez mais, ocorre a fusão e a rocha transforma-se em rocha magmática intrusiva.
Devido a acção do movimento do manto, ocorre o processo de levantamento dessa rocha magmática, cada vez mais, ela tende a subir a níveis superiores.
Após milhões de anos, finalmente a rocha chega a superfície terrestre e novamente começa a sofrer a acção dos agentes externos, reiniciando assim o ciclo.
- Rochas magmáticas
As rochas magmáticas são originadas a partir da consolidação do magma, sendo que através de sua textura pode-se determinar as condições geológicas em que estas rochas se formaram. Ao saber a textura, consegue-se determinar o tamanho e a disposição dos minerais que compõem a rocha.
Quando a consolidação do magma ocorre dentro da crosta terrestre, de modo que o resfriamento seja lento dando condições para que os cristais se desenvolvam sucessivamente, as rochas originadas deste processo são denominadas rochas plutónicas. A textura deste tipo de rocha é geralmente equigranular fanerítica, significando que os minerais que a constituem, possuem uma boa formação e um tamanho considerável.
Em condições onde ocorra o extravasamento do magma na superfície, passando do estado líquido para o gasoso num pequeno intervalo de tempo, as rochas originadas serão denominadas rochas vulcânicas ou extrusivas, cuja textura será vítrea, como consequência do pequeno intervalo de tempo que impossibilita a cristalização dos minerais. Caso o início da cristalização ocorra dentro das câmaras magmáticas, os cristais serão transportados pelo magma até a superfície, e com a alta variação de temperatura existente entre as câmaras e a superfície, a lava se consolidará muito rapidamente e formará um tipo textura denominado de textura porfirítica. Pode-se ainda ocorrer um tipo de textura denominado vesicular. A textura vesicular aparece quando da lava são liberados gases na forma de bolhas, que posteriormente ficam retidas pela consolidação da própria lava.
Dá-se a denominação pegmatitos a rochas que foram originadas a partir de um magma que possui uma grande quantidade de gases e elementos voláteis. O magma nestas condições apresenta-se numa forma bastante fluida e possibilitará a formação de cristais cujo tamanho chega a ser bastante elevado.
As rochas podem ser consideradas ácidas, básicas ou neutras. Isto está directamente relacionado com o teor de silício que a rocha apresenta em sua composição. Falamos em rochas ácidas quando os teores de silício forem superiores a 65%, havendo a formação de silicatos e de cristais de quartzo. As rochas neutras são aquelas cujo teor de silício vai de 52 a 65%. E por fim temos as rochas básicas onde o teor de silício vai de 45 a 52%, não havendo a formação de quartzo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBw4x7MGZNm3o_Rrfchm2UFkGasx9EPBvZ81NyXqewM1saPb5CqNQVF4KRqMk9568g2C0IuWsXW59S29Vf_Tpc0ii-0FIv8WXsnj2r1PoZRusSt6pirGXNykYdi8zMc2nIs9tpd8lPiDdI/s400/Granito.+Rocha+magmatica.jpg)
Fig.1 - Rocha magmática
- Rochas sedimentares
Rochas sedimentares ou estratificadas são formadas pelo agrupamento de sedimentos. Esses sedimentos são pedaços de outras rochas que se soltam com a acção do vento, da temperatura, da água ou de geleiras.
Esses sedimentos podem variar de tamanho de uma partícula de poeira até pedras de vários metros. Normalmente são varridos para dentro dos rios que os transportam pelo seu leito e finalmente são depositados em lagos ou no mar. Os sedimentos podem ser também restos de plantas e animais. Nesse caso são chamados fósseis. Uma camada inferior de sedimentos sofre pressão das camadas superiores com sedimentos mais recentes. Com o tempo, essa pressão é suficiente para compactar os sedimentos. Com a acção de material mineral dissolvido, que serve como um cimento, formam-se as rochas sedimentares. As rochas sedimentares cobrem de 70% a 75% da superfície da Terra.
Rochas sedimentares oferecem informações sobre a história do ambiente em que se encontram. O xisto é constituído por minúsculos grãos de lama e argila e só pode se formar em águas calmas ou no fundo do mar. Por outro lado as rochas calcárias são formadas próximo de recifes de coral ou onde há movimento nas águas, que trazem os sedimentos, como praias, canais de rios. É importante lembrar que onde existiu um mar, pode hoje não existir mais.
É fácil reconhecer uma rocha sedimentar. Além de serem compostas de sedimentos, são formadas por camadas, daí serem também conhecidas como rochas estratificadas. Um excelente lugar para ver essas camadas bem claramente é no Grand Canyon nos EUA, formado pelas rochas calcárias arenito e xisto.
As rochas sedimentares podem ser divididas em duas categorias principais: as que se formam de partículas minerais que se desprendem da Terra e são transportadas pelo vento, pela água ou pelo gelo, e as que se formam devido à precipitação química dos minerais, à transformação de matéria orgânica em rocha ou à evaporação de água contida nos minerais.
Dentro da primeira categoria podem ser incluídas as rochas piroclásticas, que também são consideradas rochas ígneas, pois embora se originem de vulcões, são fragmentos lançados na atmosfera nas erupções explosivas, e depositados como sedimentos. As rochas sedimentares que se originam da precipitação química de minerais são bastante frequentes em mares e lagos rasos de água quente. Quando a água do mar se torna saturada, começa a depositar os pequenos sedimentos no fundo. Um bom exemplo disso é o sal. Onde o clima é árido, a água é retirada do mar e depositada em salinas onde evapora, deixando para trás o sal. O sal nada mais é do que rocha de mineral halite.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ2srqG_atEkhSK6zWKoxZnE0cmajG-6bo-rR6Q5kSoR0Zak480xlpVCE-zap1eKJaCQpUZI6vu-R7T9rz4rhR3tp4hSoHHNAuWIDOcp_D0UQfG9Dh2n_f46YzavO4Dv4GUGChcp4iZ9zr/s400/rochas+sedimentares.jpg)
Fig.2 - Rocha sedimentar
- Rochas metamórficas
São rochas cuja composição e textura originais foram alteradas pelo calor e pela pressão existente nas profundidades da crosta terrestre.
O metamorfismo que produz-se como resultado tanto da pressão como da temperatura recebe o nome de dinamotérmico ou regional.
Já o metamorfismo originado pelo calor ou pela intrusão de rochas magmáticas recebe o nome de térmico ou de contacto.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtzwWf-buHEsPDQE-5PSsbyfEaNCHQo8mG20mBOD47MIzfyhuUn-iPZIvxwczlSpwER-rrZJAP4K7frymiBDYq0Z4rBRQPK0-AFYLz9xplFFUsHPIaFCGuuzdtdklpKHfJSL2M-ILX6smN/s400/rocha+metamorfica.jpg)
Fig. 3- Rocha metamórfica
Imagem obtida de:
http://fossil.uc.pt/pags/transf.dwt
Fonte:
1 comentários:
Muito interessante.
Enviar um comentário